IAP proíbe pesca na bacia do Rio Piquiri após encontrar 50 toneladas de peixes mortos
O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) proibiu por tempo indeterminado a pesca na Bacia Hidrográfica do Rio Piquiri, que corta parte das regiões noroeste, oeste, central e sul do Paraná.
A portaria foi publicada no Diário Oficial do Estado na sexta-feira (22). A medida vale para toda a extensão do Rio Piquiri e afluentes.
Segundo o IAP, a proibição de qualquer tipo de pesca - exceto a científica - se deu por conta da morte de aproximadamente 50 toneladas de peixes desde o início de fevereiro.
De acordo com Tassiano Cesar Freire Maranhão, chefe-regional do IAP em Toledo, no oeste do estado, a principal suspeita é a de que devido ao aumento de pescadores amadores nos últimos 10 anos possam ter sido usados grãos com agrotóxicos para a cevar os peixes.
"Devem ter sido grãos como soja e milho, revestidos com agrotóxico. A princípio isso ocasionou a mortandade de parte dos peixes", explica.
Ele conta que das centenas de espécies as mais atingidas foram pacu, piapara e mandi. Além disso, há peixes como o pintado que pode comer as espécies menores que tenham consumido os grãos.
Maranhão afirma que a proibição tem por objetivo garantir a proteção das espécies e também evitar o consumo de peixes que podem estar contaminados.
"Nós planejamos um procedimento de fazer análise tanto da água quanto dos peixes e averiguação das margens", diz. Os trabalhos devem durar seis meses, podendo haver prorrogação. Fiscalizações ao longo do curso do rio também estão previstas.
Ainda de acordo com o IAP, o problema pode ter iniciado no encontro do Rio Cantu com o Piquiri, no oeste do Paraná.
Rio Piquiri
O Rio Piquiri nasce na Serra de São João, entre Turvo e Guarapuava. A extensão é de cerca de 660 quilômetros, passando por mais de 30 municípios.
O Piquiri deságua no Rio Paraná, entre Altônia e Terra Roxa, na região noroeste. O chefe do IAP explica que entre os principais afluentes estão os rios Cantu, Goioerê e Melissa.
Penalidades
A pesca em desacordo com a portaria tem penalidades previstas na Lei de Crimes Ambientais e demais regulamentações pertinentes. Estão previstas multa de R$ 700 a R$ 100 mil e apreensão do material de pesca.
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