Conheça as 15 espécies diferentes de Tucunaré que existem no Brasil

Tucunaré, do Tupi "tucun" (árvore) e "aré" (amigo), ou seja, "amigo da árvore", Cichla spp., é uma espécie de peixe presente nos rios da América do Sul, em especial do Brasil.


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Segundo revisão proposta por Kullander e Ferreira (2006), existem cerca de 15 espécies de tucunaré, entre as quais:


Cichla temensis (Tucunaré Açu) - Cor e padrão: A identificação do Cichla temensis é um pouco complexa por conta da variabilidade morfológica. Os espécimes são encontrados em duas fases de cor e padrão muito distintas, com uma série de estágios intermediários correspondentes ao seu grau de preparação reprodutiva. O processo de transformação é gradual – as barras escurecem, as cores clareiam e as manchas brancas desaparecem. O Açu quando está em condições reprodutivamente ativa é mostrado na foto 1. A metamorfose Paca (foto 2) tem pontos brancos ou amarelos (3) dispostas em quatro linhas longitudinais distintas. Ambas as formas têm 3 barras escuras distintas (2) ao longo dos lados do corpo e uma listra preta distinta ou marcações salpicadas do olho até o final do osso opercular ( bochecha ) (1), sem ocelos nas partes laterais ou na base da segunda dorsal. A forma do corpo e características: o temensis é o mais alongado das espécies do gênero Cichla, com uma profundidade de corpo geralmente cerca de 25 % do seu comprimento padrão ( comprimento medido na base da cauda ). Tem a menor escala relativa de tamanho do gênero, possuindo geralmente a escala de 100 a 125 ao longo da sua linha lateral .


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Cichla ocellaris (Tucunaré Lukanini ) - C. ocellaris é encontrado principalmente nos rios do norte do Escudo das Guianas . No Brasil, ele só ocorre no alto Rio Branco (Tacutu e Urariquera). Tolerante à temperatura, foi introduzido com sucesso para a Flórida, onde ele é chamado de “Butterfly” , levando à confusão com C. orinocensis . Alcança até 12 lbs. C. ocellaris tem barras transversais fracas em alguns exemplares e uma marca redonda por baixo do peitoral. Às vezes tem um ocelo individualizado distinto debaixo da segunda barbatana dorsal. Não há manchas negras no opérculo (bochecha).



Cichla orinocensis (Tucunaré Borboleta ) - A espécie ocorre naturalmente nos afluentes dos Rios Negro, Branco e Orinoco . Alcança pesos de até 16 libras. Tem 3 ocelos distintos nas laterais do corpo no lugar das barras verticais de outras espécies; corpo coberto de amarelo dourado brilhante para verde oliva, bastante uniforme ao longo do mesmo. Não há manchas escuras no opérculo (bochechas).





Cichla nigromaculata  - É uma espécie descrita, relativamente, a pouco tempo, pouco se sabendo sobre seu comportamento ou hábito. Possui três barras verticais escuras relativamente estreitas e curtas e duas barras mais leves em entre as mais escuras. Não possui marcas na bochecha. Tem um corpo escuro, variando de um dourado esverdeado na parte debaixo ao negro no dorso. Um tom azulado recobre as barbatanas Pélvicas e peitorais. Barbatanas dorsais escuras. A profundidade do Cichla nigromaculata em relação ao comprimento é de aproximadamente 30 por cento e tem cerca de 80 escamas na linha lateral. Se assemelha ao Cichla monoculus.

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Cichla monoculus (Tucunaré Popoca ) Chamada de "popoca"  ou "botão" no Brasil, a  Cichla monoculus  é amplamente distribuída ao longo do caule principal da Amazônia e até o médio-alto rio Negro e afluentes. Também é encontrado em rios costeiros. Normalmente atinge até 5 libras, mas é conhecido por atingir 10.




Cichla kelberi - O tucunaré-amarelo ocorre naturalmente na bacia do Rio Araguaia, no Mato Grosso e Goiás, e no baixo Rio Tocantins, no Pará. É um peixe de médio porte, alcançando em média 21 cm de comprimento, mas podendo chegar a cerca de 30 cm. Possui manchas claras nas nadadeiras pélvica, anal e caudal, que o diferenciam de todas as demais espécies de tucunarés.



Cichla pleiozona - Distingue do C. monoculus e do C. kelberi pelo maior número de escamas, a presença típica da quarta barra vertical no pedúnculo caudal e ausência de pontos claros sobre barbatanas pélvica e anal.

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Cichla mirianae - É uma espécie que foi batizada com esse nome em homenagem à Mirian Leal Carvalho, bióloga, mestre em biologia aquática pelo INPA, que trabalhou no PNDPA. Foi também uma das coletoras da espécie nos idos dos anos 80, vindo a depositar um espécime no Museu de Zoologia da USP.

C. mirianae distingue-se por três manchas pretas ocelares proeminentes ao longo do corpo (parte lateral), conectadas pelos restos da faixa lateral juvenil que se estende do opérculo ao pedunculo caudal. Semelhante ao C. melaniae, excepto para a ausência de barras verticais.


Cichla melaniae  -exibe três barras verticais pretas em destaque, um pouco mais finas do que outras espécies e mostra traços da banda lateral juvenil entre as três principais barras verticais. Numerosas pequenas manchas pretas com bordas claras estão espalhados ao longo da parte lateral do corpo. C. melaniae é semelhante ao C. mirianae exceto por ausência de pontos claros na cabeça e na ausência de ocelos médio-laterais.

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Cichla piquiti (Tucunaré azul ) - Marcados com 5 barras verticais escuras. Espécimes reprodutivamente ativos exibem uma marcante coloração azul que tem dado a espécie seu nome comum. Podem ultrapassar 6kg de peso, medindo mais de 70cm. É o tucunaré mais importante da Região Centro-Oeste, movimentando o turismo de pesca no Lago de Serra da Mesa, Lago do Peixe e Lago de Palmas.



Cichla thyrorus (Tucunaré Porteiro) - É, talvez, a espécie mais forte do gênero Cichla. A vida nas corredeiras, faz desse ciclídeo um animal extremamente musculoso e um caçador implacável em tocaia nas pedras que formam as corredeiras do Alto Rio Trombetas, na região acima da Cachoeira Porteira (nome dado à cachoeira que funcionava como o portal da liberdade dos negros escravos, visto que quando fugiam dos senhores e ultrapassavam a cachoeira, os barcos não poderiam mais perseguí-los), daí o nome científico thyrorus (porteiro em grego). Seu corpo é quadrado, diferente dos seus congêneres, talvez resultado da musculatura adquirida nas corredeiras. Possui desenhos bonitos no corpo, formados pelas manchas, que, juntas, tomam aspecto de cruzes.


Cichla jariina - Mais semelhantes ao grupo dos grandes tucunarés, como o C. temensis, C. pinima , C. thyrorus , e C. vazzoleri. Espécimes preservados mostram as marcações operculares (bochecha), semelhantes ao C. temensis . Uma banda horizontal escuro estende-se desde o olho ( incluindo as marcações operculares ) à base da cauda . As três barras verticais escuras são representadas por linhas de manchas pretas com pontos claros que revestem as bordas. Características morfométricas distinguem a espécie do resto do grupo dos grandes tucunarés.


Cichla pinima - O Tucunaré Pinima é considerado o segundo maior tucunaré do Brasil. Também conhecido como o Açu da Bacia do Baixo Rio Madeira, podem chegar a 11kg. Introduzido no Nordeste pelo Governo Federal, através de um programa de combate à fome, encontrou lá um ambiente ideal, adaptando-se e prosperando a sua população. O Record mundial All Tackle, curiosamente, não fora capturado no seu habitat de origem, mas no Reservatório do Castanhão, no Ceará, pesando 11,09 kg.


Cichla vazzoleri - Seu nome é uma homenagem ao Gelso Vazzoler (1929-1987), ex-chefe do Departamento de Biologia aquática, INPA, Manaus. Grandes manchas ocelares substituem barras verticais em adultos. Bochecha (opérculo) salpicado de manchas negras. Parte inferior amarela, dourado na parte de cima. Na desova, adquire um brilho maior. Adultos grandes apresentam um tronco muito encorpado. Ocorre sempre no Rio Uatumã, Médio-baixo Trombetas (abaixo da Cachoeira Porteira) e Rio Paracutu.


Cichla intermedia  - Conhecido como o “Royal Peacock Bass” por pescadores norte-americanos. Cichla intermedia é encontrado apenas na Bacia do Orinoco, chegando até o sul, no Casiquiare. Normalmente encontrados em ambientes de águas mais rápidas. Alcança pesos de até cerca de 6 libras. Tem até 8 barras escuras ao longo do corpo. Na metade do corpo tem uma listra escura longa.

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2 comentários:

  1. Sabe quais espécies de tucunaré, habitam o rio Tapajós?

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  2. Vamos fazer uma matérias sobre as espécies do rio Tapajós. Fique ligado no site.

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