Jundiá – Rhamdia sebae



Água: doce

Espécie de couro de água doce, da família Pimelodidae, pode atingir até um metro de comprimento e 10 quilos de peso.

A sistemática do gênero Rhamdia é confusa desde que foi descrita. Recentemente, pesquisadores promoveram uma ampla revisão taxonômica do gênero, baseada em caracteres da morfologia interna.

A conclusão é que esse gênero é formado por apenas 11 espécies entre as 100 anteriormente descritas.

O que mais chama a atenção na espécie é seu padrão de cores – entre marrom e bege – mas principalmente as formas irregulares das manchas, muito semelhantes às de uma onça pintada.

A pigmentação da parte inferior da cabeça é variável. Possui grandes barbilhões que lhe servem como órgão sensitivo, cabeça achatada e maxila superior um pouco mais longa que a inferior.

Seu corpo é revestido de couro, apresentando uma longa nadadeira adiposa. O espinho da nadadeira peitoral é serrilhado em ambos os lados, sendo os olhos de tamanho médio.

Esse peixe é onívoro, com uma clara preferência por outros peixes, crustáceos, insetos, restos vegetais e detritos orgânicos.

Alevinos dessa espécie suportam a transferência de água de 0%o a 10%o (água do mar), o que indica que essa espécie é estenoalina, suportando até 9,0 g/l de sal comum (NaCl) por 96 h. É uma espécie euritérmica, pois suporta temperaturas de 15 a 34°C.

O crescimento aumenta conforme o acréscimo da temperatura, principalmente nos primeiros anos de vida. A taxa de crescimento dos machos é maior que a das fêmeas até o terceiro ou quarto ano de vida, quando a situação se inverte, pois estas passam a crescer mais rapidamente.

O comprimento calculado das fêmeas é de aproximadamente 67 cm e dos machos de 52 cm, sendo que o tempo de vida teórico das fêmeas é de 21 anos e dos machos 11 anos.

É uma espécie ovulípara e, na natureza, os cardumes desovam em locais com água limpa, calma e de fundo pedregoso. A maturidade sexual é atingida no primeiro ano de vida nos dois sexos.

Os machos iniciam o processo de maturação gonadal com aproximadamente 14 cm e as fêmeas com 17 cm. A partir de 17 cm e 18 cm, todos os exemplares machos e fêmeas, respectivamente, estão potencialmente aptos para reprodução.

Não apresenta cuidado parental. Possui dois picos reprodutivos por ano (um no verão e outro na primavera) e desova múltipla, porém o período reprodutivo e os picos de desenvolvimento gonadal podem variar a cada ano e de um lugar para outro.

Observações indicam que o crescimento de alevinos é rápido, já que atingem aproximadamente 5 cm de comprimento padrão com 30 dias de idade.

O comportamento reprodutivo se assemelha ao de muitas espécies de água doce. Essa espécie é ovulípara no habitat natural e, quando prontos para desova, grandes cardumes procuram lugares de água rasa, limpa, pouco corrente e com fundo pedregoso.

Os ovos são demersais e não aderentes. Há um bom sincronismo entre machos e fêmeas na hora da desova, que ocorre logo ao amanhecer.

Onde encontrar

Bastante apreciado pelo sabor de sua carne, o Jundiá é encontrado na bacia Amazônica, sendo que um dos melhores locais para a sua captura a região ao norte do Mato Grosso, divisa com o estado do Pará.

Vive em lagos e poços fundos nos rios, preferindo os ambientes de águas mais calmas e profundas, com fundo de areia e lama, junto às margens e vegetação. Esconde-se entre pedras e troncos apodrecidos.

Essa espécie se movimenta à noite e sai de seus esconderijos depois das chuvas para se nutrir dos escombros deixados ao longo dos rios.

Em experimentos com larvas e alevinos dessa espécie em cativeiro, observou-se uma acentuada aversão à luz e busca de locais escuros.

O tamanho mínimo para captura é de 30 cm

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